Por Sarah Wu e Yimou Lee
TAIPÉ (Reuters) - A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, renunciou ao cargo de chefe do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês) neste sábado, depois que sua estratégia de enquadrar as eleições locais como uma demonstração de desafio à crescente belicosidade da China não deu resultado e não conquistou o apoio do público.
As eleições para prefeitos, chefes de condado e vereadores regionais são ostensivamente sobre questões domésticas, como a pandemia de Covid-19 e a criminalidade, de forma que os eleitos não terão poder de decisão direto sobre a política da China de Taiwan.
Mas Tsai havia descrito a eleição como sendo mais do que um voto local, dizendo que o mundo está observando como Taiwan defende sua democracia em meio às tensões militares com a China, que reivindica a ilha como seu território.
O principal partido da oposição, o Kuomintang, ou KMT, estava na liderança ou conquistou 13 dos 21 assentos de prefeito e chefe de condado em disputa, incluindo da capital Taipé, em comparação com as apenas cinco cadeiras garantidas pelo DPP, em linha com as expectativas e semelhante ao resultado das últimas eleições regionais, em 2018.
"Os resultados falharam com nossas expectativas. Aceitamos humildemente os resultados e aceitamos a decisão do povo taiwanês", disse Tsai a repórteres na sede do DPP ao deixar o cargo de chefe do partido, o que ela também fez após os resultados ruins de 2018.
“Não é como se o DPP nunca tivesse falhado antes”, acrescentou Tsai, que continuará servindo como presidente do país até 2024. "Não temos tempo para lamentar. Caímos, mas vamos nos levantar novamente."
Tsai disse que rejeitou uma oferta de renúncia do primeiro-ministro Su Tseng-chang, também membro sênior do DPP, acrescentando que pediu a ele que permanecesse no cargo para garantir que suas políticas fossem implementadas adequadamente.
O gabinete disse que Su concordou em ficar devido à necessidade de estabilidade em meio à "árdua" situação doméstica e internacional.