Por Joe Brock e MacDonald Dzirutwe
HARARE (Reuters) - O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, um ex-chefe da espionagem que assumiu o cargo após a destituição de Robert Mugabe em um golpe em novembro, venceu nesta quinta-feira uma eleição marcada pela morte de seis pessoas em uma repressão do Exército contra protestos da oposição.
De acordo com resultados divulgados pela comissão eleitoral, Mnangagwa, de 75 anos, conquistou 50,8 por cento dos votos, contra 44,3 por cento do líder da oposição Nelson Chamisa, de 40 anos.
O presidente do opositor Movimento para a Mudança Democrática disse o partido rejeitou os resultados da eleição presidencial do país.
Antes do anúncio dos resultados, ambos haviam expressado confiança na vitória, e observadores internacionais pediram a rápida divulgação do resultado para evitar mais violência, após confrontos entre forças da segurança e apoiadores da oposição.
A eleição, a primeira desde a queda de Mugabe, de 94 anos, aconteceu com relativa tranquilidade, mas seus efeitos revelaram as profundas divisões na sociedade zimbabuana e a instintiva mão pesada das forças da segurança.
Na quinta-feira, tropas desobstruíram as ruas da capital, apesar de pedidos de governos estrangeiros e organizações internacionais por calma e para líderes políticos mostrarem controle.
A polícia então isolou a sede do Movimento para a Mudança Democrática, de Chamisa, antes de entrar no prédio e prender 16 pessoas. O mandado de busca dizia que a polícia buscava armas de fogo sem licenças, granadas e pedras.