Por Maggie Fick e Yusri Mohamed
CAIRO/ISMAILIA (Reuters) - O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, encerrou mais cedo uma viagem à Etiópia para uma cúpula da União Africana antecipou a volta ao país, nesta sexta-feira, depois que o braço do Estado Islâmico no Egito assumiu a autoria de ataques que mataram ao menos 30 agentes de segurança na Península do Sinai.
O gabinete de Sisi informou, em comunicado, que o presidente voltará ao Cairo após a sessão de abertura da cúpula nesta sexta de manhã.
Quatro ataques separados contra as forças de segurança no Sinai do Norte, na quinta-feira à noite, estão entre os mais violentos no país em anos. A maioria das mortes aconteceu num ataque a bomba a um complexo militar na capital provincial, Al-Arish.
Fontes de segurança no Sinai disseram que três aviões militares deixaram Al-Arish em direção ao Cairo, nesta sexta, carregando 30 corpos, alguns deles em pedaços devido às explosões. As fontes disseram que ao menos outros cinco homens estavam em estado grave, e que o número de mortos deve subir.
Duas crianças, uma de apenas 6 meses, morreram nesta sexta em decorrência de ferimentos sofridos na quinta à noite durante confrontos entre militantes e soldados em um vilarejo perto de Sheikh Zuweid, nos arredores da Faixa de Gaza e da fronteira de Israel, disseram fontes da área de saúde.
Uma insurgência islâmica sediada no Sinai se intensificou desde que o Exército derrubou o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em julho de 2013, após protestos em massa. Centenas de membros das forças de segurança foram mortos em ataques.
A Irmandade nega ter ligação com os insurgentes, mas o governo não faz distinção entre ambos.
O Ansar Bayt al-Maqdis, grupo militante mais ativo do Egito, mudou seu nome para Província do Sinai no ano passado após fazer aliança com o Estado Islâmico, um grupo militante radical sunita que conquistou territórios no Iraque e na Síria.
Uma transmissão diária divulgada por meio do Twitter do Estado Islâmico disse que os ataques de quinta-feira foram liderados por "homens do Estado Islâmico".
(Reportagem adicional de Omar Fahmy e Mahmoud Mourad)