CAIRO (Reuters) - O presidente islâmico deposto do Egito, Mohamed Mursi, foi encaminhado a um tribunal militar, pela primeira vez, disse a agência de notícias estatal nesta terça-feira, como parte de uma repressão contínua contra os líderes da Irmandade Muçulmana.
Mursi foi deposto pelo então chefe do Exército, Abdel Fattah al-Sisi, após protestos em massa contra seu governo em 2013.
O ex-presidente, que permanece encarcerado em uma prisão egípcia, enfrenta julgamento em diversos processos em diferentes tribunais civis.
Outros réus no caso incluem o alto dirigente da Irmandade Mohammed Badie, guia geral do movimento, e Khairat al-Shater, sob a acusação de homicídio e tentativa de homicídio contra soldados, assim como por agressões e tentativas de queimar igrejas em Suez City.
O caso, que envolve 199 réus, é focado nas mortes de 31 civis e na lesão de 34 soldados, informou a agência de notícias estatal Mena.
Líderes da Irmandade Muçulmana acusam Sisi de ter encenado um golpe. Ele diz que a retirada de Mursi era a vontade do povo egípcio.
Grupos de direitos humanos acusam o governo de reprimir a dissidência e recuar avanços em liberdades conquistadas na revolta de 2011 que derrubou o autocrata Hosni Mubarak.
(Reportagem de Ali Abdelaty e Mahmoud Mourad)