CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - Bernardo Arévalo, presidente eleito da Guatemala, pediu aos cidadãos do país centro-americano na sexta-feira que defendam seu voto nas urnas contra "forças golpistas", em meio à turbulência política pela qual a nação está passando antes de sua posse, em janeiro de 2024.
O partido do ex-diplomata e deputado anticorrupção, o Movimento Semilla, foi suspenso no início da semana, e por isso o Congresso registrou na quinta-feira a bancada do grupo no Legislativo como “independente”.
“Apelo para que nos unamos para derrotar as forças golpistas que pretendem nos manter submersos na corrupção, na impunidade e na pobreza”, afirmou o político, filho de um ex-presidente, em coletiva de imprensa.
Segundo Arévalo, na Guatemala há "um golpe de Estado em curso, no qual o aparelho de Justiça é utilizado para violar a própria Justiça (...) através de ações espúrias, ilegítimas e ilegais em diferentes instâncias, e cujo objetivo é impedir a tomada de posse das autoridades eleitas".
Na manhã de sexta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) realizou uma sessão extraordinária na qual reiterou sua preocupação com a situação política do país e com o “ataque” do Ministério Público ao Movimento Semilla.
O atual governo, presidido por Alejandro Giammattei, convocou para segunda-feira a primeira reunião de transição de comando com Arévalo, que será acompanhada pela OEA.
No sábado, está previsto um protesto contra a corrupção na capital, Cidade da Guatemala, promovido por organizações civis, embora uma fonte do Movimento Semilla tenha dito à Reuters que o partido não convocou os cidadãos a participarem de nenhuma marcha específica.
(Reportagem de Sofía Menchú)