Por Martin Petty
MANILA (Reuters) - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, pediu nesta terça-feira que o Congresso prorrogue a lei marcial na ilha de Mindanao, no sul do país, até o final do ano, para que as forças de segurança tenham o tempo necessário para acabar com um movimento rebelde inspirado no grupo Estado Islâmico.
A região de 22 milhões de pessoas, que tem um histórico de separatismo e rebelião marxista, foi colocada sob regime militar em 23 de maio, após rebeldes dos grupos Maute e Abu Sayyaf tomarem o controle de partes da cidade de Marawi, mergulhando as Filipinas em sua maior crise de segurança em anos.
Os insurgentes apresentam forte resistência, com dezenas de combatentes ainda escondidos no centro de Marawi após 57 dias de ofensivas terrestres por parte do governo, ataques aéreos e bombardeios de artilheria, em uma batalha que autoridades dizem ter matado 413 militantes, 98 membros das forças de segurança e 45 civis.
"O objetivo principal da possível prorrogação é permitir que nossas forças continuem com suas operações sem interrupções de prazos e foquem mais na libertação de Marawi e em sua reabilitação e reconstrução", disse o porta-voz presidencial, Ernesto Abella, lendo uma carta assinada por Duterte.
Um grupo de homens armados estava nesta terça-feira tomando posições no abandonado centro comercial, que foi reduzido a entulho após uma campanha de bombardeios que irritou os moradores que ficaram sem casas ou negócios para os quais voltar.
Duterte apontou uma força-tarefa para reconstruir Marawi, com um orçamento de 394,81 milhões de dólares.
O audacioso ataque por parte de militantes organizados e fortemente armados que declararam lealdade ao Estado Islâmico tem gerado temores de que extremistas possam ter se radicalizado e recrutado mais combatentes do que se pensava anteriormente.
Duterte alertou há tempos que Mindanao enfrentava contaminação pelo Estado Islâmico, e especialistas dizem que partes muçulmanas do sul das Filipinas, predominantemente católico, são terreno fértil para a expansão devido ao histórico de marginalização e negligência.
(Reportagem adicional de Manuel Mogato)