Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu nesta quinta-feira à Assembleia Geral das Nações Unidas que ponha fim à guerra na Faixa de Gaza entre Israel e os militantes palestinos do Hamas, acrescentando que Israel destruiu quase totalmente a Faixa de Gaza e que ela não é mais adequada à vida.
"Essa loucura não pode continuar. O mundo inteiro é responsável pelo que está acontecendo com nosso povo", disse ele à Assembleia Geral de 193 membros.
A atual guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando homens armados do Hamas invadiram comunidades israelenses, matando cerca de 1.200 pessoas e levando cerca de 250 reféns para Gaza, de acordo com registros israelenses.
Desde então, as forças armadas israelenses arrasaram áreas do enclave palestino sitiado, expulsando quase todos os seus 2,3 milhões de habitantes de suas casas, dando origem a fome e doenças mortais e matando mais de 41.000 pessoas, segundo autoridades de saúde palestinas.
Os Estados Unidos, o Catar e o Egito têm tentado, sem sucesso, intermediar um cessar-fogo e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.
Abbas pediu um cessar-fogo abrangente e permanente em Gaza, o fim dos ataques dos colonos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a entrega de ajuda humanitária em Gaza e a retirada total dos militares israelenses do enclave.
"Recusamos o estabelecimento de zonas-tampão ou a retirada de qualquer parte de Gaza", disse ele. "Não permitiremos que um único centímetro de Gaza seja tomado."
"O Estado da Palestina deve assumir suas responsabilidades na Faixa de Gaza e impor seu mandato total e jurisdição sobre ela, incluindo os postos de controle de fronteira, especialmente a fronteira internacional de Rafah", defendeu Abbas.
O presidente disse que a Autoridade Palestina, liderada por, deve ter controle sobre todos os territórios palestinos e que realizará eleições assim que a guerra terminar.
O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, respondeu ao discurso de Abbas em uma declaração, acusando-o de só falar sobre uma solução pacífica quando está nas Nações Unidas e de não condenar o ataque de 7 de outubro por militantes do Hamas que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, comandada pelo Hamas.
(Reportagem de Michelle Nichols)