Por Hyonhee Shin e Ju-min Park
SEUL (Reuters) - O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, deu uma ordem para "arrastar" os parlamentares do Parlamento depois de declarar a lei marcial em 3 de dezembro, disse um comandante do Exército na terça-feira, em meio a preocupações com um vácuo de poder, com o gabinete de Yoon dizendo que não tinha "nenhuma posição oficial" sobre quem estava governando o país.
Yoon agora é alvo de investigações criminais por acusações de insurreição. Ele se desculpou pela tentativa fracassada de impor a lei marcial, mas não aceitou os crescentes pedidos para que renunciasse, até mesmo de alguns membros de seu próprio partido.
Yoon disse no sábado que estava confiando seu destino legal e político nas mãos do Partido do Poder Popular (PPP), que está no poder. O partido informou na terça-feira que estava discutindo a possível saída de Yoon já em fevereiro e a realização de uma eleição antecipada em abril ou maio.
A declaração de lei marcial de Yoon surpreendeu o país e mergulhou a quarta maior economia da Ásia e um importante aliado dos Estados Unidos na região em uma crise constitucional.
O gabinete de Yoon, quando perguntado pela Reuters sobre quem estava governando a Coreia do Sul, disse que não tinha "nenhuma posição oficial a oferecer", mas se referiu a declarações anteriores dos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa.
O porta-voz do Ministério da Defesa afirmou na segunda-feira que Yoon ainda era o comandante-chefe, e o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que os assuntos de Estado, incluindo as relações exteriores, "estavam sendo conduzidos de acordo com um processo estabelecido na Constituição e na lei".
Kwak Jong-geun, comandante do Comando de Guerra Especial do Exército, disse a um comitê do Parlamento que havia recebido várias ligações telefônicas de Yoon enquanto os eventos se desenrolavam durante a noite após a declaração da lei marcial.
"Ele disse para arrombar a porta agora mesmo, entrar lá e arrastar as pessoas que estavam lá dentro", declarou Kwak, referindo-se aos membros do Parlamento que estavam começando a se reunir dentro da câmara principal para votar sobre a ordem de Yoon.
Kwak disse que decidiu não executar a ordem de Yoon.
Yoon revogou a lei marcial seis horas depois, após a votação do Parlamento.
O depoimento do comandante das forças especiais diferiu das declarações anteriores de oficiais militares de que foi o ministro da Defesa da época, Kim Yong-hyun, quem deu a ordem para retirar os parlamentares da câmara do Parlamento.
Desde então, Kim renunciou ao cargo e foi preso.
Yoon foi proibido de deixar o país e enfrenta uma segunda votação de impeachment planejada para sábado.