Por Corina Pons
CARACAS (Reuters) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está viajando para a China para discutir acordos econômicos, à medida que o país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), atingido por profunda crise político-econômica, busca convencer seu principal financiador asiático a desembolsar novos empréstimos.
"Eu estou indo com grandes expectativas e nos veremos novamente em poucos dias com grandes conquistas", disse o líder de esquerda nesta quarta-feira em uma transmissão estatal do aeroporto, sem fornecer detalhes.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário e não foi imediatamente possível obter um comentário do governo chinês.
Ao longo de uma década, a China investiu mais de 50 bilhões de dólares na Venezuela por meio de acordos de empréstimo por petróleo que ajudaram Pequim a garantir o suprimento de energia para sua economia em rápido crescimento, ao mesmo tempo em que fortalecia um aliado anti-Estados Unidos na América Latina.
O fluxo de caixa parou há quase três anos, no entanto, quando a Venezuela solicitou uma mudança nos termos do pagamento, em meio à queda na produção de petróleo e nos preços da commodity, que empurrou a economia estatal para um colapso hiperinflacionário.
Em julho, o Ministério das Finanças da Venezuela disse que receberia 250 milhões de dólares do Banco de Desenvolvimento da China para aumentar a produção de petróleo, mas não ofereceu detalhes. A Venezuela aceitou anteriormente um empréstimo de 5 bilhões de dólares da China para seu setor de petróleo, mas ainda não recebeu o valor total.
O consultor local Asdrubal Oliveros, que acompanha de perto os empréstimos chineses, disse nesta quarta-feira que a Venezuela está perto de fechar um novo empréstimo de 5 bilhões de dólares para financiar projetos de petróleo.
Pequim estava esperando que Maduro anunciasse uma série de medidas econômicas, incluindo uma desvalorização acentuada e controles cambiais mais flexíveis, antes de oferecer novos recursos, disse Oliveros.
(Por Corina Pons)