Por Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - A pressão de Donald Trump por um novo julgamento no processo civil no qual um júri de Manhattan concluiu no mês passado que o ex-presidente dos Estados Unidos abusou sexualmente e difamou a escritora E. Jean Carroll é um "pensamento mágico", disseram os advogados de Carroll na quinta-feira.
Trump, o favorito para conquistar a indicação presidencial republicana de 2024, pediu em 8 de junho um novo julgamento depois que o júri concedeu a Carroll 5 milhões de dólares em indenização. Trump disse que o valor é excessivo porque o júri não concluiu que Carroll foi estuprada e porque a suposta conduta não causou a ela uma lesão mental diagnosticada.
Em documentos judiciais apresentados na quinta-feira em oposição ao pedido de Trump, os advogados de Carroll sustentaram que o ataque prejudicou sua capacidade de ter relacionamentos românticos e sexuais e que ela sofreu com memórias intrusivas.
Eles apontaram para o depoimento de um psicólogo no julgamento de que Carroll tinha alguns sintomas de transtorno de estresse pós-traumático.
“A moção de Trump nada mais é do que seu último esforço para ofuscar a importância da decisão do júri, envolvendo-se em sua própria forma particular de pensamento mágico da marca Trump”, afirmaram os advogados da escritora.
Trump também está recorrendo do verdicto. Joseph Tacopina, um de seus advogados, disse nesta quinta-feira: "Estamos confiantes de que venceremos a apelação".
O processo de Carroll, aberto em 2022, disse que Trump a estuprou em um camarim na loja de departamentos Bergdorf Goodman em Manhattan em meados da década de 1990 e a difamou ao negar que isso tivesse acontecido. Trump chamou as afirmações de Carroll de "farsa".
Carroll, ex-colunista da revista Elle, entrou com um processo separado em novembro de 2019 apenas por difamação.
(Reportagem de Luc Cohen em Nova York)