Por Elizabeth Piper e Guy Faulconbridge
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, pedirá nesta quarta-feira uma curta prorrogação para o Brexit, depois que tentativas frustradas de ratificar o acordo de separação no Parlamento deixarem em turbilhão o divórcio do Reino Unido do restante da União Europeia.
Quase três anos depois de o Reino Unido votar pela separação da UE, os políticos britânicos ainda questionam como, onde e se a quinta maior economia deve, de fato, deixar o bloco ao qual se uniu em 1973.
Quando May marcou a data de 29 de março, há dois anos, ao evocar o Artigo 50 da UE, ela declarou que "não haveria volta", mas o Parlamento se recusou a ratificar o acordo acertado entre May e a UE, o que levou o governo a uma crise.
Agora, a apenas 9 dias do prazo estipulado, May está prestes a escrever para o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pedindo um breve adiamento.
May "não pedirá por uma longa prorrogação", disse uma fonte de seu gabinete, que falou sob condição de anonimato. May alertou parlamentares de que poderia buscar um adiamento para além de 30 de junho caso rejeitassem seu acordo pela terceira vez.
Enquanto o Reino Unido permanece dividido sobre o Brexit, a maioria concorda que a separação irá definir a prosperidade das próximas gerações e, caso dê errado, poderá prejudicar o Ocidente e ameaçar a posição de Londres como capital financeira global dominante.
Para a UE, a saída do Reino Unido é o maior fracasso em mais de 60 anos de esforços para unificar a União Europeia após duas guerras mundiais, embora os outros 27 membros do bloco tenham demonstrado uma surpreendente convergência durante as tortuosas negociações.
A crise britânica de quase três anos sobre o Brexit deixou aliados e investidores intrigados com um país que, durante décadas, pareceu um pilar confiável da estabilidade econômica e política do Ocidente.