Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O primeiro auditor-geral do Vaticano pediu demissão repentinamente dois anos depois de ser indicado para ajudar a garantir a transparência das finanças às vezes nebulosas da sede da Igreja Católica.
O comunicado breve divulgado pelo Vaticano nesta terça-feira não explicou a razão da renúncia de Libero Milone, dizendo meramente que ele a apresentou ao papa Francisco na segunda-feira e que este a aceitou.
Mas uma fonte do Vaticano a par dos acontecimentos que levaram à renúncia de Milone disse à Reuters: "É uma situação bem feia, e espero que não piore".
Quando Milone foi indicado em 2015, o cardeal George Pell, diretor do Secretariado de Economia do Vaticano, disse que ele teria autonomia, só responderia ao papa e teria liberdade de "ir a todo e qualquer lugar" do Vaticano para analisar as finanças e a administração de qualquer departamento.
Mas a fonte do Vaticano disse ter havido um "choque de estilos operacionais" entre Milone e os departamentos que seu escritório auditava, especialmente a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA).
A APSA gerencia as holdings de imóveis do Vaticano em Roma e outros locais da Itália, paga os salários dos funcionários do Vaticano, atua como escritório de aquisições e departamento de recursos humanos e administra o portfólio de finanças e de ações do Vaticano.
O comunicado do Vaticano informou que o relacionamento de Milone com a Santa Sé, onde se esperava que servisse até 2020, foi encerrado "por acordo mútuo". A busca por um novo auditor-geral irá começar em breve.
Desde sua eleição em 2013, o papa Francisco adotou uma série de reformas para limpar as finanças às vezes sombrias do Vaticano.