Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O príncipe William, do Reino Unido, visitou os locais mais sagrados e polêmicos de Jerusalém nesta quinta-feira, encerrando uma viagem politicamente delicada que tanto palestinos quanto israelenses souberam acolher.
Garantindo aos palestinos que eles não foram esquecidos e pondo fim ao que os israelenses viam como um boicote britânico implícito a visitas oficiais da família real ao país, William não cometeu gafes ao seguir um itinerário cuidadosamente preparado para mostrar imparcialidade.
A viagem de quatro dias a Israel e aos territórios palestinos, que não teve caráter político, foi uma oportunidade para mostrar boa vontade e expressar a esperança de paz em áreas que o Reino Unido governou de 1917 a 1948, o ano da fundação de Israel.
Em uma visita a locais sagrados para muçulmanos, judeus e cristãos em Jerusalém, William trocou apertos de mão com clérigos e depois entrou no Domo da Rocha e na mesquita de Al-Aqsa.
Ambos se localizam em um local reverenciado pelos muçulmanos com o nome de Nobre Santuário e pelos judeus como Monte do Templo, e que abrigou templos bíblicos no passado.
Minutos mais tarde, acompanhado por rabinos judeus, William foi ao Muro das Lamentações, no sopé da colina sagrada, por meio de uma passagem formada por barreiras policiais que contiveram uma multidão de curiosos.
Usando um solidéu e seguindo a tradição judaica de oferecer uma oração escrita no muro, ele inseriu uma nota entre as pedras, repousou a palma de uma mão contra elas e se inclinou para uma reflexão silenciosa.
Separadamente ele escreveu no livro oficial de visitas do Muro das Lamentações: "Que o Deus da paz abençoe esta região e todo o mundo com a paz".
Depois William visitou a Igreja do Santo Sepulcro, outro ponto de parada popular para peregrinos onde muitos cristãos acreditam que Jesus foi enterrado após sua crucificação.
Os locais sagrados que ele visitou se situam em Jerusalém Oriental, capturada por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967 -- uma medida que não tem respaldo internacional. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital do Estado que almejam criar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Antes de comparecer aos sítios sagrados William fez uma visita ao túmulo de sua bisavó, a princesa Alice, em Jerusalém, que foi homenageada por Israel por ter abrigado judeus em seu palácio na Grécia ocupada pelos nazistas durante o Holocausto.
A princesa Alice, que era sogra da rainha Elizabeth, está enterrada em uma cripta na Igreja Ortodoxa Russa de Maria Madalena, no Monte das Oliveiras, perto da Cidade Velha de Jerusalém. Cristã devota, ela morreu em Londres em 1969 e pediu para ser enterrada em Jerusalém.
(Reportagem adicional de Dan Williams, Stephen Farrell e Ali Sawafta)