MELBOURNE (Reuters) - O ex-tesoureiro do Vaticano, o cardeal George Pell, enfrentará, ao menos, mais três meses de prisão por crimes sexuais com crianças antes de seu pedido de autorização para apelar ser ouvido em 5 e 6 de junho.
Pell, da Austrália, é o padre católico de mais alto escalão do mundo a ser condenado por crimes sexuais contra crianças.
Ele foi considerado culpado por um júri em Victoria, em dezembro, por uma acusação de violência sexual contra um menino de 13 anos e quatro acusações de atos indecentes contra o mesmo garoto e outro de 13 anos. Os eventos teriam ocorrido há 22 anos.
O veredito não fora divulgado até a semana passada, quando uma ordem de supressão do caso foi suspensa em resposta a novas acusações contra o cardeal de 77 anos.
Sua fiança foi revogada uma semana antes de sua sentença ser deliberada em 13 de março. Ele enfrenta um máximo de 10 anos de prisão por cada uma das acusações.
O Tribunal de Recursos disse na quarta-feira que uma audiência sobre o pedido de autorização para apelar foi marcada para 5 e 6 de junho.
Pell está apelando de sua condenação por três motivos: os vereditos foram "irracionais", o juiz errou ao não permitir que a defesa mostrasse um vídeo em seu discurso de encerramento e havia "uma irregularidade fundamental", pois o acusado não foi indiciado na presença do painel de jurados.
O pedido diz que o júri não poderia ter atestado a culpa de Pell para além de uma dúvida razoável, já que o caso da acusação foi baseado inteiramente na palavra de um acusador, e mais de 20 testemunhas deram "provas de defesa incontestável".
A outra vítima do caso morreu em 2014.
(Reportagem de Sonali Paul)