MADRI (Reuters) - O principal procurador anticorrupção da Espanha, que estava a cargo de investigações envolvendo membros do governista Partido Popular (PP), renunciou nesta quinta-feira devido às críticas que sofreu por ter participação em uma empresa offshore no Panamá.
A indicação de Manuel Moix em fevereiro já havia criado atrito entre o governo de minoria do PP, que aprovou seu nome, e partidos de oposição que criticaram a maneira como ele tratou de alguns casos relacionados à sigla governista.
Na quarta-feira, Moix confirmou que tem uma participação de 25 por cento em uma empresa offshore que herdou do pai e dividiu com os irmãos. Ele negou qualquer irregularidade e disse em uma entrevista a uma rádio espanhola que o negócio é legal.
Ele deixou o cargo nesta quinta-feira, mas o procurador público da Espanha, José Manuel Maza, que anunciou a renúncia do chefe anticorrupção, defendeu o histórico de Moix.
"Estou satisfeito por não haver absolutamente nada na maneira como ele se comportou que tenha sido irregular ou ilegal", disse Maza em uma coletiva de imprensa.
Em abril vários jornais espanhóis noticiaram que Moix tentou impedir a investigação, ainda na fase pré-julgamento, que implicou a filial do PP em Madri.
Apesar de Moix ter negado qualquer delito, os partidos de oposição pediram sua renúncia.
Sua indicação se tornou cada vez mais constrangedora para o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, cujo partido está envolvido em uma série de escândalos de corrupção, quando os partidos opositores passaram a questionar suas credenciais.
(Por Raquel Castillo)