CARACAS (Reuters) - A Procuradoria da Venezuela anunciou nesta quinta-feira que chamará o ex-chefe da Guarda Nacional para interrogatório sobre violações dos direitos humanos "graves e sistemáticas" durante a recente onda de protestos contra o governo.
Por três meses, críticos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, têm ido às ruas quase todos os dias para protestar contra o que chamam de criação de uma ditadura. As manifestações, que deixaram quase 80 mortos, quase sempre terminam em confrontos violentos com forças de segurança.
Maduro afirma que há uma tentativa de derrubá-lo do poder com apoio dos Estados Unidos.
O general Antonio Benavides, que deixou o cargo na semana passada depois que tropas sob seu comando foram filmadas disparando com armas de fogo contra manifestantes, deve ser interrogado pelos procuradores no dia 6 de julho.
"Há evidência de uso excessivo da força em repressão às manifestações, o uso de armas de fogo não autorizadas... tratamento cruel e tortura de pessoas detidas, assim como batidas sem mandados e danos à propriedade", disse o gabinete da Procuradoria em comunicado.
O governo do Distrito da Capital, onde Benavides trabalha agora, não respondeu aos telefonemas em busca de comentários.
(Reportagem de Diego Oré)