Por Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Procuradores fizeram algumas acusações graves após o ataque mortal ao Capitólio dos Estados Unidos, dizendo ter indícios de que revoltosos planejaram matar autoridades eleitas, insinuando que um homem da Virgínia no edifício recebeu diretivas para eliminar parlamentares com gás e acusando outro suspeito de orquestrar a confusão de 6 de janeiro com mensagens cifradas.
Mas desde então, o Departamento de Justiça admitiu em audiências judiciais que parte dos indícios relativos ao ataque – realizados por uma multidão de apoiadores do ex-presidente Donald Trump para tentar reverter sua derrota eleitoral – são menos condenatórios do que indicou inicialmente.
O departamento sofreu outro revés nesta semana quando o juiz distrital Amit Mehta ameaçou impor uma ordem de silêncio a procuradores depois que Michael Sherwin, seu ex-procurador-chefe nos casos do Capitólio, disse no programa "60 Minutes" do canal CBS que indícios apontavam para acusações de sedição contra alguns dos acusados.
Nenhuma acusação de sedição – o que significa um incitamento a uma rebelião – foi apresentada contra nenhuma das mais de 400 pessoas presas até agora. As acusações mais graves foram de agressão, conspiração e obstrução do Congresso ou do cumprimento da lei.
Os procuradores estão nas etapas iniciais de preparação de casos criminais antes dos julgamentos derivados do ataque – que deixou cinco mortos, inclusive um policial, forçou parlamentares a se esconderem para se proteger e interrompeu a certificação congressual formal da vitória eleitoral do presidente Joe Biden.