LIMA (Reuters) - A Procuradoria do Peru confiscou nesta segunda-feira cinco imóveis e contas bancárias do ex-presidente Ollanta Humala, parte de uma investigação sobre lavagem de bens vinculada a doações da empreiteira brasileira Odebrecht para a campanha do ex-presidente.
Humala, que governou o país entre 2011 e 2016, e sua esposa Nadine Heredia recuperaram a liberdade há uma semana, depois de nove meses de prisão preventiva, à espera de uma acusação formal por supostamente terem adquirido propriedades com fundos ilícitos da Odebrecht.
O ex-presidente e sua mulher negam as acusações.
O "confisco dos imóveis implica sua despossessão e entrega à (estatal administradora de bens) Pronabi, por terem sido adquiridos supostamente com dinheiro ilícito", comunicou o Ministério Público no Twitter.
O ministério disse que a apreensão dos imóveis de Humala e outros investigados em Lima não implica a busca de provas e também ordena o confisco de contas bancárias.
O advogado do ex-presidente, César Nakazaki, rechaçou a medida e afirmou que a ação foi uma "vingança" porque o Tribunal Constitucional havia ordenado a liberdade de Humala ao considerar que a prisão preventiva é uma circunstância excepcional.
O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse que a empresa entregou 3 milhões de dólares a Humala por ordem do Partido dos Trabalhadores (PT) do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que apoiou sua campanha política por razões ideológicas, segundo a Procuradoria peruana.
Mas até agora os procuradores não apresentaram acusações formais, e muitos argumentavam que sua prisão era injusta, especialmente porque outros políticos investigados estão livres.
(Por Marco Aquino)