NOVA YORK (Reuters) - O produtor de cinema Harvey Weinstein foi indiciado por acusações de estupro e um ato sexual criminoso, disse em comunicado nesta quarta-feira o procurador distrital Cyrus Vance, de Manhattan.
A acusação formal de Weinstein segue sua prisão e aparição em tribunal na sexta-feira por acusações relacionadas a duas de dezenas de mulheres que acusaram o produtor de atos sexuais impróprios. Ele negou todas as acusações.
O advogado de Weinstein, Benjamin Brafman, disse que o produtor vai se declarar inocente.
Mais cedo nesta quarta-feira, Weinstein se negou a testemunhar perante o grande júri após um juiz negar um pedido de Brafman para adiar a aparição. Brafman havia argumentado que Weinstein teve acesso negado às informações sobre o caso e não teve tempo de preparação.
A acusação formal ocorre após uma investigação de meses do Departamento de Polícia de Nova York. A polícia não identificou as duas mulheres, mas informou que os crimes ocorreram em 2004 e 2013.
O comunicado de Vance informou que Weinstein foi acusado de estupro em primeiro e terceiro graus e de um ato sexual criminoso em primeiro grau. Se condenado pelas acusações mais sérias, Weinstein pode enfrentar entre cinco e 25 anos de prisão.
Weinstein, cofundador de 66 anos do estúdio de cinema Miramax e da Weinstein Co, foi acusado de atos sexuais impróprios por mais de 70 mulheres, com algumas acusações datadas de décadas.
Ele negou já ter feito sexo não consensual.
As acusações, relatadas pela primeira vez no ano passado pelo New York Times e pela New Yorker, deram força ao movimento #MeToo, no qual centenas de mulheres acusaram publicamente de atos sexuais impróprios homens poderosos em empresas, no governo e no entretenimento.
(Reportagem de Jonathan Stempel, em Nova York)