Por Cassandra Garrison
BUENOS AIRES (Reuters) - Uma promotora da Argentina pediu a prisão de um bispo católico depois que autoridades disseram que ele ignorou diversas ligações e e-mails sobre uma investigação de acusações de abuso sexual de que é alvo.
A promotora a cargo de crimes sexuais e de violência de gênero de Orán, na província de Salta, no norte do país, pediu a prisão de Gustavo Zanchetta. A solicitação oficial teria que ser feita por um juiz argentino, disse a porta-voz da Procuradoria nesta quinta-feira.
Zanchetta, ex-bispo de Orán, informou a autoridades argentinas que mora na Cidade do Vaticano, onde já ocupou um cargo em um departamento financeiro de alto escalão, mas não foi possível contatá-lo, segundo a porta-voz da Procuradoria.
"Ele não responde aos telefonemas nem ao e-mail que ele mesmo deu para ser notificado", disse ela à Reuters.
Um porta-voz do Vaticano não respondeu de imediato a um pedido de comentário nesta quinta-feira e tampouco foi possível contatar Zanchetta de imediato.
Em 2018, três padres fizeram acusações de abuso sexual cometido por Zanchetta ao embaixador do Vaticano em Buenos Aires. Entre outras alegações contra ele estão abuso de poder e má gestão financeira, que, segundo disseram, ocorreram dentro do seminário São João 23, fundado por Zanchetta em Orán em 2016.
Um porta-voz do Vaticano havia dito que não existiam alegações de abuso sexual contra Zanchetta quando ele assumiu um cargo em dezembro de 2017 no departamento conhecido como APSA, um escritório geral de contabilidade e recursos humanos que também administra os imóveis do Vaticano na Itália.
Ele não trabalha mais para o APSA.
(Reportagem adicional de Philip Pullella em Roma)