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Protestos tomam conta de Israel antes de sessão da Suprema Corte sobre reforma judicial

Publicado 11.09.2023, 12:56
Atualizado 11.09.2023, 13:00
© Reuters. Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em reunião de gabinete em Jerusalém
10/09/2023
Ohad Zwigenberg/Pool via REUTERS

Por Maayan Lubell

JERUSALÉM (Reuters) - Centenas de manifestantes antigoverno gritando "Democracia" e agitando bandeiras nacionais fizeram uma manifestação em frente à casa do ministro da Justiça de Israel nesta segunda-feira, antes de uma audiência na Suprema Corte sobre uma proposta da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para restringir seus poderes judiciais.

A polícia arrastou alguns manifestantes em meio a empurrões e brigas, tendo como pano de fundo o barulho de buzinas de carros. Os manifestantes também bloquearam o carro do Ministro da Justiça Yariv Levin, um dos principais formuladores do plano de reforma do judiciário.

A polícia disse ter detido seis pessoas.

Na terça-feira, toda a bancada de 15 juízes da Suprema Corte se reunirá pela primeira vez na história de Israel em uma audiência sobre um recurso contra a emenda judicial aprovada pela coalizão do governo em julho.

Críticos da reforma afirmam que ela prejudica a independência do tribunal, abre as portas para a corrupção e enfraquece a democracia, enquanto partidários políticos de Netanyahu afirmam que ela impedirá que o judiciário extrapole seus poderes.

As tentativas de se chegar a um acordo sobre o plano entre Netanyahu e seus oponentes sobre o plano foram infrutíferas até o momento, aumentando os temores de que a crise só se aprofunde.

Apesar da retórica exacerbada, uma decisão da Suprema Corte poderá ser tomada ainda apenas em janeiro, dando tempo para que as partes cheguem a um acordo sobre as reformas, concedendo um possível alívio após meses de protestos e sinalizando estabilidade para os mercados.

As brigas desta segunda-feira começaram quando a polícia tentou controlar as multidões que se reuniam do lado de fora da casa de Levin.

Os recorrentes na audiência de terça-feira -- parlamentares da oposição e grupos civis -- afirmam que a emenda elimina controles e equilíbrios democráticos vitais e convida a abusos de poder. Eles também argumentam que o processo legislativo apressado em si foi falho.

Em sua resposta jurídica às petições, o governo afirmou que a Suprema Corte não tem autoridade nem mesmo para analisar a chamada emenda de "razoabilidade" a uma Lei Básica quase constitucional e disse que o debate poderá "levar à anarquia".

© Reuters. Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em reunião de gabinete em Jerusalém
10/09/2023
Ohad Zwigenberg/Pool via REUTERS

O protesto também se infiltrou nas forças armadas, com alguns reservistas dizendo que não se apresentariam para o serviço voluntário, o que levou alguns chefes militares a advertir que a prontidão de Israel para a guerra poderia entrar em risco se o descontentamento se espalhasse.

(Reportagem de Maayan Lubell)

((Tradução Redação São Paulo))

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