Por Subrata Nagchoudhury e Saurabh Sharma
KOLKATA/LUCKNOW (Reuters) - Manifestantes no leste da Índia atearam fogo a mais de uma dúzia de ônibus e vandalizaram pelo menos seis estações ferroviárias no sábado, quando protestos violentos contra uma nova lei de cidadania continuavam pelo quarto dia consecutivo.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi diz que a nova lei salvará minorias religiosas como hindus e cristãos das perseguições nos vizinhos Bangladesh, Paquistão e Afeganistão, oferecendo-lhes um caminho para a cidadania indiana. Mas críticos afirmam que a lei, que não traz a mesma disposição para muçulmanos, enfraquece as fundações seculares da Índia.
A promulgação da lei provocou protestos em toda a Índia, mas a parte oriental do país, onde os movimentos contra imigrantes de Bangladesh se agitam há décadas, está entre as mais atingidas.
No sábado, manifestantes queimaram pelo menos 15 ônibus em uma via expressa no Estado de Bengala Ocidental, cerca de 20 km da capital do Estado, Calcutá, retendo o tráfego por várias horas, disseram dois policiais.
Pelo menos meia dúzia de estações ferroviárias no Estado foram vandalizadas e incendiadas, levando ao cancelamento de muitos trens de longa distância, disse à Reuters Sanjoy Ghosh, diretor de relações públicas da South Eastern Railway, acrescentando que é difícil afirmar quando os serviços normais seriam retomados.
No Estado mais populoso da Índia, Uttar Pradesh, no norte do país, os estudantes da Universidade Aligarh Muslim (AMU), uma instituição proeminente criada em 1920, protestaram contra a lei da cidadania e mobilizavam os muçulmanos com convites para um ato maior no domingo.
Protestos também foram realizados em várias outras cidades de Uttar Pradesh, incluindo a cidade sagrada hindu de Prayagraj, cujo nome anterior Allahabad foi alterado pelo governo nacionalista hindu do Estado em 2018.