(Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não realizará sua tradicional coletiva de imprensa televisionada de fim de ano neste mês, disse o Kremlin nesta segunda-feira, dez meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O evento é um marco na agenda de Putin, que dá a ele a chance de mostrar seu domínio das discussões e sua resistência enquanto se senta sozinho no palco de um grande auditório para uma sessão de perguntas e respostas com repórteres que pode durar mais de quatro horas.
Mas a guerra, que começou em 24 de fevereiro, não tem progredido bem para Putin. Suas forças foram repelidas de Kiev, a capital ucraniana, inicialmente, e têm sofrido grandes reveses no campo de batalha no leste e no sul da Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi perguntado em uma ligação com repórteres se havia sido agendada uma data para a "grande coletiva de imprensa" deste ano, e respondeu: "Não, não haverá uma antes do ano novo".
Ele disse que Putin encontrará outras maneiras de se comunicar com os jornalistas, ressaltando que o líder russo já realizou outras coletivas de imprensa, inclusive durante suas viagens ao exterior.
A entrevista coletiva de fim de ano de 2021 aconteceu em 23 de dezembro, quase dois meses exatos antes do início da guerra, quando o Kremlin ainda negava as acusações da Ucrânia e dos Estados Unidos de que dezenas de milhares de soldados russos reunidos perto da fronteira eram o presságio de uma invasão.
Putin aproveitou a ocasião para dizer que a Rússia queria evitar conflitos com a Ucrânia e o Ocidente, mas que precisava de uma resposta "imediata" dos EUA e seus aliados com relação às suas demandas por garantias de segurança.