Por Denis Pinchuk
ANCARA (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que espera que um encontro planejado do órgão monitor global de armas químicas ajude a neutralizar uma grande disputa diplomática gerada pelo envenenamento de um ex-agente duplo russo na Inglaterra.
O Reino Unido culpou a Rússia pelo envenenamento de Sergei Skripal e sua filha, Yulia, com um agente nervoso de grau militar na cidade inglesa de Salisbury em 4 de março. Moscou nega qualquer envolvimento e acusou Londres de estimular histeria anti-Rússia no Ocidente.
O caso Skripal levou as relações entre Leste e Oeste para a pior crise desde a Guerra Fria, com o Reino Unido e seus aliados expulsando cerca de 130 diplomatas russos e Moscou respondendo com suas próprias expulsões.
A pedido de Moscou, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) irá realizar uma sessão especial na quarta-feira em Haia sobre o envenenamento em Salisbury.
“Nós levantamos 20 perguntas para discussão (no encontro). Eu espero que durante esta discussão uma linha final sobre o que aconteceu seja desenhada”, disse Putin em entrevista coletiva durante uma visita à capital turca, Ancara.
Moscou informou que deseja participar da investigação oficial britânica sobre o envenenamento.
“Nós estamos interessados em uma investigação de pleno direito. Nós queremos ter acesso a esta investigação e nós esperamos receber materiais relevantes já que esta questão envolve cidadãos da Federação Russa”, disse Putin.
O conselho executivo da Opaq que irá se reunir na quarta-feira possui 41 membros, incluindo a Rússia e o Reino Unido. Quaisquer decisões devem ser aprovadas por dois terços dos membros, o que é geralmente difícil de ser alcançado.