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Putin diz que Rússia usará combatentes voluntários do Oriente Médio contra Ucrânia

Publicado 11.03.2022, 11:00
Atualizado 11.03.2022, 11:05
© Reuters. Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião de governo por videoconferência em Moscou
10/03/2022 Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu luz verde nesta sexta-feira para que até 16.000 voluntários do Oriente Médio fossem enviados ao lado de rebeldes apoiados pela Rússia para lutar na Ucrânia, reforçando uma invasão que o Ocidente diz estar perdendo força.

A ação, pouco mais de duas semanas desde que Putin ordenou a invasão, permite à Rússia destacar mercenários que atuaram em conflitos como o da Síria sem arriscar mais baixas militares russas.

Em uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu, disse que havia 16.000 voluntários no Oriente Médio que estavam prontos para vir lutar ao lado das forças apoiadas pela Rússia na região separatista de Donbass, no leste da Ucrânia.

"Se você vir que há estas pessoas que querem por sua própria vontade, não por dinheiro, vir ajudar as pessoas que vivem em Donbass, então precisamos dar-lhes o que eles querem e ajudá-los a chegar à zona de conflito", disse Putin.

Shoigu também propôs que os mísseis Javelin e Stinger de fabricação ocidental que foram capturados pelo Exército russo na Ucrânia fossem entregues às forças de Donbass, junto com outros armamentos como os sistemas de defesa aérea portáteis, conhecidos como MANPADS, e os complexos de foguetes anti-tanque.

"Quanto à entrega de armas, especialmente as de fabricação ocidental que caíram nas mãos do Exército russo --é claro que eu apoio a possibilidade de entregá-las às unidades militares das Repúblicas populares de Lugansk e Donetsk", disse Putin.

"Por favor, faça isso", disse ele a Shoigu. A conversa foi mostrada na televisão estatal russa.

Putin diz que a "operação militar especial" russa na Ucrânia é essencial para garantir a segurança da Rússia depois que os Estados Unidos expandiram a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) até suas fronteiras e apoiaram líderes pró-ocidentais em Kiev.

A Ucrânia diz que luta por sua existência enquanto os Estados Unidos e seus aliados europeus e asiáticos condenaram a invasão russa. A China tem pedido calma.

Shoigu disse que a operação seria planejada antes de solicitar a aprovação de Putin para o uso de combatentes do Oriente Médio.

Os chefes dos serviços secretos dos EUA disseram aos legisladores na quinta-feira que a Rússia havia sido surpreendida pela força da resistência ucraniana, que havia privado o Kremlin de uma vitória rápida que, na sua opinião, teria impedido os Estados Unidos e a Otan de fornecer uma ajuda militar significativa.

© Reuters. Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião de governo por videoconferência em Moscou
10/03/2022 Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS

Isso estava causando preocupação em Pequim, disse o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), William Burns.

"Acredito que a liderança chinesa, em particular o presidente Xi (Jinping), está inquieta", disse Burns. "Pelo que ele viu, em parte porque sua própria inteligência parece não lhe ter dito o que ia acontecer."

Shoigu disse que as armas ocidentais estavam fluindo para a Ucrânia de uma forma "absolutamente descontrolada" e que os militares russos planejavam fortalecer sua fronteira ocidental após o que ele disse ser um acúmulo de unidades militares ocidentais na fronteira da Rússia.

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