Por Guy Faulconbridge e Parisa Hafezi
LONDRES/DUBAI (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu com o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, no Irã nesta terça-feira, marcando a primeira viagem do líder russo para além dos países da antiga União Soviética desde o início da invasão de Moscou à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Em Teerã, Putin também realizou seu primeiro encontro presencial desde a invasão com um líder da Otan, o turco Tayyip Erdogan, para discutir um acordo que pode retomar as exportações ucranianas de grãos no Mar Negro e também o conflito no norte da Síria.
A viagem de Putin, que acontece apenas dias após a visita do presidente norte-americano, Joe Biden, a Israel e Arábia Saudita, envia uma forte mensagem ao Ocidente sobre os planos de Moscou para forjar laços estratégicos mais próximos com o Irã, a China, e a Índia diante das sanções impostas por governos ocidentais.
Imagens da reunião de Putin com Khamenei mostram o líder russo e o presidente iranaiano, Ebrahim Raisi, sentados juntos a alguns metros do líder supremo, em um salão branco espartano com uma grande bandeira iraniana e um retrato do líder revolucionário Aiatolá Khomeini.
Khamenei pediu cooperação de longo prazo entre Irã e Rússia, dizendo a Putin que os dois países precisam ficar vigilantes contra "enganações ocidentais", reportou o canal estatal iraniano de televisão.
O aiatolá disse que Putin garantiu que a Rússia "mantém sua independência" dos Estados Unidos e expressou o apoio para que países utilizem suas próprias moedas nacionais no comércio de bens.
"O dólar norte-americano deveria ser gradualmente retirado do comércio global, e isso pode ser feito de maneira gradual", afirmou Khamenei.
Apesar do sofrimento de pessoas comuns na guerra, ele disse que Moscou tinha poucas opções na Ucrânia. "Se você não tivesse tomado a iniciativa, o outro lado (o Ocidente) teria provocado uma guerra por iniciativa própria", afirmou o líder a Putin.