Por Gabriela Baczynska
MOSCOU (Reuters) - A Rússia declarou nesta quinta-feira que envia tanto ajuda humanitária quanto equipamento militar para a Síria pelo ar, em um momento em que os EUA estão exortando países vizinhos a negarem o uso de seu espaço aéreo para voos russos.
Nos últimos dias Moscou foi alvo de uma pressão internacional crescente em função do que os Estados Unidos e nações do Golfo Pérsico afirmam ser uma escalada militar russa na Síria, onde o Kremlin vem auxiliando o presidente sírio, Bashar al-Assad, aliado de longa data, nos quatro anos e meio de guerra civil.
Nesta semana a Reuters relatou que fontes libanesas acreditam que tropas da Rússia começaram a participar de operações de combate na Síria e que estão estabelecendo novas bases no país. Autoridades dos EUA afirmam que soldados de combate e equipamentos russos estão chegando por ar e mar.
A Rússia se queixou depois que a Bulgária rejeitou seu espaço aéreo para voos russo rumo à Síria. Sófia declarou que futuros voos só serão permitidos se sua carga for inspecionada.
Há tempos Moscou vem admitindo que vende armas ao governo sírio em cumprimento a acordos antigos. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira que parte destas armas é enviada por avião.
"A Rússia envia tanto produção militar, em respeito a contratos prévios, quanto ajuda humanitária nos aviões que vão para a Síria", afirmou.
Moscou sustenta que toda sua assistência militar a Damasco está de acordo com as leis internacionais e que seus efetivos, incluindo especialistas militares, estão presentes em solo sírio há muitos anos.
As autoridades russas não comentaram diretamente os relatos de que tropas de seu país vêm tomando parte nos combates. Moscou afirma que o governo de Assad deveria ser parte dos esforços internacionais para confrontar militantes islâmicos, incluindo o Estado Islâmico.
Os Estados Unidos e seus aliados estão conduzindo uma ofensiva aérea contra o Estado Islâmico, mas também se opõem a Assad, cujas forças vêm lutando contra uma série de grupos insurgentes.
Cerca de 250 mil pessoas já morreram e metade dos 23 milhões de sírios ficou desabrigada em razão da guerra e seus muitos participantes.
(Reportagem adicional de Maria Kiselyova e Lidia Kelly)