LOS ANGELES (Reuters) - Vencedor de um Grammy de R&B, o cantor R. Kelly negou na terça-feira as acusações de abuso sexual de que é alvo e rompeu em lágrimas ao dizer que está lutando pela vida, segundo trechos de uma entrevista divulgados pela rede de televisão CBS.
Em fevereiro, Kelly, de 52 anos, se declarou inocente das alegações de que agrediu sexualmente três meninas adolescentes e uma mulher em supostos incidentes ocorridos em 1998, semanas depois de um documentário da rede Lifetime revelar novas acusações contra ele.
Em sua primeira entrevista desde o indiciamento, Gayle King, coapresentadora do programa "CBS This Morning", indagou Kelly a respeito das alegações de que fez sexo com mulheres menores de 18 anos e que foi física e verbalmente abusivo.
"Não é verdade", respondeu o intérprete de "I Believe I Can Fly" em um vídeo da entrevista exibido no CBS Evening News. O canal também forneceu uma transcrição dos trechos da entrevista.
Gayle, que conversou com Kelly em Chicago, sua cidade-natal, perguntou em seguida se ele conteve alguém contra a vontade. "Não preciso fazê-lo. Por que o faria?", disse ele.
O cantor ficou irritado e emocionado no decorrer da conversa, voltando-se à câmera para argumentar: "Isso é uma idiotice. Usem o bom senso", afirmou.
"Esqueçam os blogs, esqueçam o que sentem a meu respeito", acrescentou. "Odeiem-me se quiserem, me amem se quiserem. Mas usem o bom senso. Como seria idiota da minha parte, com meu passado complicado".
Batendo no peito para dar ênfase, Kelly gritou: "Eu não fiz essas coisas!". Sua voz vacilou e ele rompeu em lágrimas, dizendo: "Esse não sou eu! Estou lutado pela p*rra da minha vida!" O trecho exibido pela CBS encobriu o palavrão, e a transcrição usou o asterisco.
Kelly, cujo nome verdadeiro é Robert Sylvester Kelly, pode passar mais de sete anos na prisão por cada uma das 10 acusações se for condenado.
A CBS disse que exibirá imagens adicionais da entrevista no "CBS This Morning" na quarta e quinta-feiras.
(Por Lisa Richwine)