(Reuters) - Insurgentes da minoria étnica karen atacaram um posto avançado do Exército de Mianmar perto da fronteira tailandesa nesta terça-feira, provocando alguns dos confrontos mais intensos desde o golpe militar de quase três meses atrás que lançaram o país em uma crise.
A União Nacional Karen (KNU), a força rebelde mais antiga de Mianmar, disse ter capturado o campo do Exército na margem oeste do Rio Salween, que forma a fronteira com a Tailândia.
Mais tarde, os militares de Mianmar reagiram aos insurgentes com ataques aéreos, disseram a KNU e autoridades tailandesas.
O conflito ocorreu no momento em que a junta, contrariando os esforços diplomáticos da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), disse que analisará "positivamente" as sugestões do bloco para acabar com o caos em Mianmar, mas somente quando a estabilidade for restaurada.
Após a reunião do final de semana, os líderes da Asean disseram que chegaram a um consenso com a junta quanto às medidas para encerrar a violência e promover o diálogo entre as partes rivais de Mianmar.
A irrupção de hostilidades na área da fronteira desviou o foco da oposição à junta dos protestos pró-democracia que acontecem em cidades grandes e pequenas desde o golpe de 1º de fevereiro.
Ativistas criticam o plano da Asean, dizendo que ajuda a legitimar a junta e que ficou distante de suas exigências, especialmente não pedir a libertação da líder deposta Aung San Suu Kyi, de 75 anos, e de outros prisioneiros políticos.
A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP) diz que mais de 3.400 pessoas foram detidas por se oporem ao golpe.
(Redação da Reuters)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447505)) REUTERS MPP