Por Dasha Afanasieva
ISTAMBUL (Reuters) - Rebeldes sírios impuseram um revés à proposta de um enviado da ONU para um cessar-fogo na cidade de Aleppo, no norte da Síria, já que sua equipe no local afirmou que o plano só beneficiaria o governo sírio, e não a oposição.
O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, vem tentando mediar uma trégua na cidade, que está no centro de confrontos entre forças pró-governo e uma gama de insurgentes, incluindo brigadas islâmicas, o braço sírio da Al Qaeda, chamado Frente Nusra, e unidades apoiadas pelo Ocidente.
De Mistura afirmou que Damasco manifestou disposição para uma trégua de seis semanas na cidade, mas os militares sírios também lançaram uma grande ofensiva na região no mês passado. Os representantes do enviado da ONU chegaram a Aleppo na terça-feira, segundo um funcionário da equipe.
Grupos de oposição política e militar em Aleppo se recusaram a se reunir com De Mistura, informou um comunicado da oposição armada e grupos cívicos de Aleppo. A comissão diz que representa todos os grupos de oposição, exceto o Frente Nusra e o Estado Islâmico.
A declaração, da recém-formada Comissão Revolucionária de Aleppo, disse que seus representantes só se reuniriam com funcionários da ONU se o cessar-fogo eventualmente levasse à saída do presidente Bashar al-Assad e seu círculo íntimo, e também a um processo de indivíduos por crimes de guerra.
"As brigadas de oposição não encontraram um plano claro para trazer a paz em Aleppo no âmbito da iniciativa de Mistura", disse Osama Abo Zayd, um consultor jurídico para grupos armados sírios.
"O plano oferece uma pausa no conflito e, certamente, apenas o regime iria se beneficiar", afirmou ele à Reuters por telefone de Aleppo. O consultor acrescentou que o plano ignorou fatores como a possível transferência de combatentes para outros lugares.
(Reportagem adicional de Tom Miles em Genebra)