Por Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - Pelo menos 30 detentos foram mortos em uma rebelião que começou no sábado na maior prisão do Rio Grande do Norte, disse uma pessoa com conhecimento direto da situação neste domingo, elevando o número de mortes em brigas de facções criminosas no sistema penitenciário brasileiro para cerca de 140 pessoas desde o início do ano.
Membros de uma facção criminosa começaram o choque invadindo um pavilhão na prisão de Alcaçuz, na grande Natal, onde descansavam os rivais, disse no domingo o secretário de Segurança do Estado do Rio Grande do Norte. A fonte, que pediu anonimato porque o trabalho forense está em andamento, disse que o número de baixas pode aumentar ligeiramente.
A polícia cercou a prisão na madrugada de sábado para domingo, mas esperou para entrar na penitenciária por causa dos relatos de que os presos permaneciam armados e fora de suas celas. Mais de uma dúzia de prisioneiros feridos no confronto foram levados para hospitais perto da penitenciária, disse a fonte
Como em rebeliões anteriores neste ano, alguns detentos foram decapitados e alguns corpos podem ter sido parcialmente queimados, disse a fonte. A polícia identificou os seis prisioneiros que lideraram o distúrbio, segundo o site de notícias G1, e eles podem ser transferidos para prisões federais.
Por trás do derramamento de sangue em algumas prisões do país está uma disputa crescente entre algumas das mais poderosas facções criminosas pelo tráfico de drogas.
As rebeliões mais mortais em décadas expuseram a crescente guerra entre o Primeiro Comando da Capital, ou o PCC, e Comando Vermelho, no Rio de Janeiro.
De acordo com site de notícias G1, o PCC está por traz dos assassinatos em Alcaçuz, que tem cerca de 1.150 presos e capacidade para 620 detidos.
No domingo, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em nota, lamentou as mortes e disse que autorizou que parte de 13 milhões de reais do Fundo Penitenciário Nacional liberados no final do ano passado seja utilizada "em construções que reforcem a segurança no presídio".