Por Rozanna Latiff
KUALA LUMPUR (Reuters) - Um tribunal da Malásia adiou nesta segunda-feira o julgamento do ex-primeiro-ministro Najib Razak, que é alvo de acusações de corrupção ligadas a um escândalo de bilhões de dólares do fundo estatal 1MDB, enquanto aguarda um recurso, disse seu advogado.
Najib deixou o cargo após uma eleição de maio, na esteira de uma revolta pública com o suposto desvio de 4,5 bilhões de dólares do 1Malásia Development Berhad (1MDB).
Ele se declarou inocente das dez acusações de violação criminosa de confiança, lavagem de dinheiro e abuso de poder, e seu julgamento deveria começar na terça-feira.
Mas na semana passada seus advogados solicitaram que o julgamento seja adiado à espera de uma recurso contra uma decisão de uma corte inferior de transferir algumas das acusações à Suprema Corte de Kuala Lumpur, noticiou a mídia.
Harvinderjit Singh, um dos advogados de Najib, disse à Reuters em uma mensagem de texto breve que a Corte de Apelações concordou em postergar o julgamento "até a apelação ser ouvida".
Não foram marcadas novas datas para o julgamento ou a apelação, disse ele.
O adiamento é visto como um revés para o governo de Mahathir Mohamad, que reabriu inquéritos sobre o 1MDB pouco após a eleição e havia prometido levar os envolvidos no escândalo à Justiça rapidamente.
O procurador V. Sithambaram disse à Reuters que espera que a apelação só leve uma semana ou duas.
"É só um tropeço", disse. "O caso só foi um pouco adiado".
As acusações contra Najib se relacionam a uma suposta transferência do equivalente a 10,3 milhões de dólares da SRC International, uma antiga unidade do 1MDB, à conta bancária do ex-premiê.
O julgamento é o primeiro de quatro processos criminais que Najib deve enfrentar por causa do escândalo 1MDB por ora, e o valor em questão é só uma fração do 1 bilhão de dólares que investigadores dizem ter podido ir parar em suas contas bancárias.
A polícia encontrou quase 300 milhões de dólares em bens e dinheiro em propriedades ligadas a Najib pouco após a eleição.
As autoridades também acusaram sua esposa, Rosmah Mansor, e vários funcionários de alto escalão de seu antigo governo. Todos eles se declararam inocentes.