BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em seu pronunciamento logo após ser reeleita neste domingo que seu primeiro compromisso do segundo mandato será o do diálogo em busca da união, depois que as urnas mostraram o país mais dividido desde a redemocratização.
Falando a aliados e militantes, Dilma disse que união não significa necessariamente unidade de ideias, mas ressaltou que, algumas vezes, resultados apertados produzem mudanças mais fortes e mais rápidas do que vitórias muito amplas.
A presidente teve 51,6 por cento dos votos válidos na votação deste domingo, contra 48,4 por cento do candidato do PSDB, Aécio Neves. Foi o placar mais apertado desde a redemocratização do Brasil, em 1985.
"Minhas primeiras palavras são, portanto, de chamamento de base e união... Nas democracias maduras, união não significa necessariamente unidade de ideias nem ação monolítica conjunta. Pressupõe, em primeiro lugar, abertura e disposição para o diálogo. Esta presidente aqui está disposta ao diálogo,é esse meu primeiro compromisso do segundo mandato: diálogo", disse.
Sobre economia, Dilma disse que promoverá ações localizadas, em especial para retomada do crescimento, garantia do elevado nível de emprego e valorização dos salários.
"Vamos dar mais impulso à atividade econômica em todos os setores, em especial no setor industrial", disse ela. "Quero a parceria de todos os segmentos, setores, áreas produtivas e financeiras, nessa tarefa que é responsabilidade de cada um de nós brasileiros e brasileiras."
A presidente afirmou também que seguirá "combatendo com rigor a inflação e avançando no terreno da responsabilidade fiscal".
Em outra frente, Dilma disse que terá o "compromisso rigoroso" de combater a corrupção, com proposição de mudanças na legislação atual para acabar com a impunidade.
REFORMA POLÍTICA
Em seu discurso, Dilma disse ainda que a reforma política é a primeira e a mais importante de seu segundo mandato.
"Meu compromisso, como ficou claro durante toda a campanha, é deflagrar esta reforma que é responsabilidade constitucional do Congresso e que deve mobilizar a sociedade em um plebiscito, por meio de uma consulta popular", disse Dilma em um hotel de Brasília.
"Como instrumento desta consulta, o plebiscito, nós vamos encontrar a força e a legitimidade... para levarmos à frente a reforma política", acrescentou.
Dilma disse saber que foi reconduzida à Presidência para realizar mudanças que a sociedade brasileira exige, e que tem um compromisso com a reforma política.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)