JERUSALÉM (Reuters) - O ministro da Justiça de Israel disse neste domingo que não congelará "nem por um minuto" o processo legislativo para uma reforma do Judiciário que atraiu condenação generalizada tanto no país quanto no mundo.
Os comentários do ministro Yariv Levin ao Canal 13 da mídia hebraica ocorrem após uma declaração no início do dia do presidente israelense, Isaac Herzog, pedindo que o processo fosse temporariamente interrompido.
"Pare todo o processo por um momento, respire fundo, permita o diálogo porque há uma grande maioria das pessoas que gostaria de dialogar", disse Herzog no comunicado.
Os planos para fortalecer o controle político sobre as nomeações de juízes, incluindo a Suprema Corte, ao mesmo tempo em que enfraquecem a capacidade desse órgão de anular a legislação ou decidir contra o governo, levou dezenas de milhares de israelenses às ruas em protestos em todo o país, ampliando as já profundas divisões políticas na sociedade israelense.
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que as reformas são necessárias para conter o abuso dos juízes.
Os críticos dizem que as mudanças propostas politizarão o Judiciário e comprometerão sua independência, fomentarão a corrupção e prejudicarão a proteção legal de Israel no exterior e sua economia.
O presidente israelense, que foi nomeado e não eleito, já havia chamado todos os lados do debate para acalmarem as tensões e procurarem chegar a um entendimento comum.
(Reportagem de Emily Rose)