LONDRES (Reuters) - As temperaturas do Reino Unido devem registrar as maiores marcas da história nesta quinta-feira, quando o norte da Europa foi assolado por uma onda de calor pela segunda vez em um mês.
O Met Office, instituto meteorológico nacional do Reino Unido, disse haver 40% de chance de o recorde de 38,5 graus Celsius, registrado em Kent em 2003, ser quebrado.
Os britânicos estão enfrentando transtornos nos transportes, já que os trens estão sendo forçados a desacelerar para impedir que o calor empene os trilhos, e as autoridades de saúde emitiram alertas aos mais vulneráveis.
A alta pressão que atrai o ar quente do deserto do Saara já quebrou recordes na Bélgica e na Holanda, e deve durar até sexta-feira.
Especialistas climáticos alertaram que tais ondas de calor estão se tornando mais frequentes em resultado do aquecimento global causado pelas emissões de gases de efeito estufa.
Um estudo do Met Office revelou que a onda de calor do ano passado tinha 30 vezes mais chance de ocorrer do que em 1750 por causa da quantidade elevada de dióxido de carbono na atmosfera. Desde o período pré-industrial (1850-1900), a temperatura da superfície da Terra subiu 1ºC.
"Existe uma chance de 40-50% de que este será o julho mais quente já registrado. Esta onda de calor está alinhada exatamente às previsões da mudança climática", disse a doutora Karsten Haustein, do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford.
A onda de calor sobre o Reino Unido deve ter um fim abrupto na sexta-feira, e tempestades de raios estão previstas em várias partes do país, segundo o Met Office.
(Por Freddie Hayward)