LONDRES (Reuters) - O Reino Unido poderá continuar contribuindo em alguns dos programas da União Europeia depois de se retirar do bloco, mas o governo britânico retomará o controle de seus próprios recursos e não mais investirá largas somas com Bruxelas, afirmou neste domingo o ministro de Relações Exteriores do país, Boris Johnson.
Empresas, investidores e parlamentares oposicionistas vêm exigindo clareza nas posições do governo durante a as negociações com a UE, antes do início da saída formal da UE, no final de março de 2017.
Na semana passada, o ministro para o Brexit, David Davis, afirmou que o Reino Unido poderia pagar sua parte no orçamento da UE para ter acesso ao bloco de comércio único de 500 milhões de consumidores europeus, tentando dissolver os temores de que o governo prepara uma saída brusca.
Mas Johnson, em entrevista à BBC, não quis confirmar se essa seria uma prioridade para o governo, preferindo dizer que os ministros estavam considerando "várias opções".
Segundo o ministro, alguns aspectos de cooperação com a UE podem valer à pena continuar participando, como os programas de bolsas de pós-graduação e pesquisa Erasmus Mundus e Horizons. Mas em relação ao mercado comum, o ministro negou que haja uma decisão.
"É obviamente algo que David Davis está considerando. Mas isso não significa que uma decisão tenha sido tomada", afirmou. "O que é crucial entender é que largas somas voltarão para o país e que poderão ser investidas em prioridades como o Serviço Nacional de Saúde".
O porta-voz para o Brexit do partido trabalhista, de oposição, Keir Starmer, pediu ao governo que desse ao Parlamento mais clareza sobre seus planos.
"O governo precisa colocar para o Parlamento seu plano básico para que possamos discuti-lo. Nós todos estamos tentando encontrar fragmentos de evidências sobre qual será a abordagem que eles planejam", disse.
(Por Elizabeth Piper)