Por Sachin Ravikumar
LONDRES (Reuters) - Médicos em formação iniciaram uma greve de quatro dias no Reino Unido por causa de salários, nesta terça-feira, o que deve causar uma interrupção sem precedentes no Serviço Nacional de Saúde (NHS), financiado pelo Estado, levando o governo a alertar sobre um risco para a segurança dos pacientes.
Dezenas de milhares de médicos em formação -- que compõem quase metade da força de trabalho médica -- estão em greve por aumentos salariais mais alinhados com a inflação, em uma paralisação que ocorre após uma greve de três dias no mês passado.
"Esta última rodada de greves terá níveis incomparáveis de interrupção e estamos muito preocupados com a potencial gravidade do impacto sobre pacientes e serviços em todo o país", disse o diretor médico nacional do NHS inglês, Stephen Powis.
"Também pedimos (aos hospitais) para reagendar procedimentos e pacientes ambulatoriais o mais rápido possível, mas isso levará semanas para recuperação", afirmou Powis à BBC Radio, acrescentando que o NHS está trabalhando para garantir que os serviços de emergência sejam mantidos intactos.
O chefe da Confederação do NHS, que representa organizações do setor de saúde, disse à Sky News que prevê que até 350.000 consultas sejam canceladas durante a greve de quatro dias.
A greve é a mais recente a envolver funcionários do NHS, após greves de enfermeiras, paramédicos e outros exigindo aumentos que reflitam a inflação anual de mais de 10%.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, fez da redução do tempo de espera nos hospitais uma de suas prioridades em meio à erosão da satisfação do público com uma instituição que era motivo de orgulho nacional.
A Associação Médica Britânica (BMA), sindicato que representa os médicos, quer um aumento salarial de 35%, argumentando que os membros sofreram um corte real de 26% nos salários em 15 anos.