Por Christopher Bing e Joseph Menn e Raphael Satter
WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sabia e provavelmente comandou uma iniciativa russa para manipular a eleição presidencial dos Estados Unidos de 2020 em favor do ex-presidente Donald Trump com "alegações enganosas ou infundadas" contra o então desafiante Joe Biden, afirmaram autoridades de inteligência dos EUA nesta terça-feira.
A avaliação foi feita em um relatório de 15 páginas sobre interferência eleitoral publicado pelo gabinete do diretor de Inteligência Nacional do país. O documento ressalta alegações de que aliados de Trump atuaram em consonância com Moscou ao amplificarem acusações feitas contra Biden por figuras ucranianas ligadas à Rússia no período que antecedeu a votação do dia 3 de novembro.
Biden, um democrata, superou Trump, republicano, e se tornou presidente no dia 20 de janeiro.
Agências de inteligência dos Estados Unidos encontraram outras tentativas de influenciar eleitores, incluindo uma "campanha de influência e abordagem múltipla" conduzida pelo Irã para sabotar o apoio a Trump, que havia retirado os EUA de um acordo nuclear com o país islâmico e impôs a seu governo novas sanções.
O relatório também desmentiu uma narrativa endossada pelos aliados de Trump de que a China estaria interferindo em benefício de Biden, concluindo que o governo de Pequim "não organizou iniciativas de interferência".
"A China buscou estabilidade em sua relação com os Estados Unidos e não enxergou que um determinado resultado fosse vantajoso o suficiente para arriscar uma represália caso fosse pega", diz o documento.
Autoridades norte-americanas também dizem que houve tentativas vindas de Cuba, Venezuela, e do grupo militante libanês Hezbollah para tentar influenciar a eleição, embora "de maneira geral, avaliamos que essas foram menores em escala do que as conduzidas por Rússia e Irã".
(Reportagem de Christopher Bing e Joseph Menn)