(Reuters) - Uma investigação da Reuters sobre assassinatos de muçulmanos rohingyas em Mianmar gerou uma exigência de Washington por uma investigação crível sobre o derramamento de sangue no país e pedidos pela libertação de dois jornalistas que foram presos enquanto trabalhavam na reportagem.
A reportagem especial, publicada durante a noite, detalha acontecimentos que levaram ao assassinato de 10 homens rohingyas do vilarejo de Inn Din, no Estado de Rakhine, que foram enterrados em uma vala comum após serem mutilados até a morte ou baleados por vizinhos budistas e soldados.
“Assim como outros relatos anteriores de valas comuns, esta reportagem destaca a contínua e urgente necessidade de autoridades birmanesas cooperarem com uma investigação independente e crível sobre as acusações de atrocidades em Rakhine, no norte”, disse a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert.
“Tal investigação irá ajudar a fornecer uma imagem mais completa do que aconteceu, esclarecer as identidades das vítimas, identificar os responsáveis por abusos de direitos humanos e violações, e avançar esforços por justiça e responsabilidade”, disse.
A Organização das Nações Unidas descreveu nesta sexta-feira os detalhes da reportagem da Reuters como “alarmantes” e disse que a reportagem mostrou a necessidade de uma “investigação completa e minuciosa” sobre a violência no Estado de Rakhine.
A missão de Mianmar na ONU não estava imediatamente disponível para comentários.
A reportagem da Reuters teve como base entrevistas com budistas que confessaram ter queimado casas rohingyas, enterrado corpos e matado muçulmanos no que disseram ter sido um frenesi de violência desencadeado quando insurgentes rohingyas atacaram postos da segurança em agosto.