Por Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - Parlamentares republicanos na Câmara dos Estados Unidos se opuseram, nesta quinta-feira, a uma tentativa dos democratas de avançar com novas restrições para a compra de armas, e um deputado republicano sacou pistolas durante uma audiência para reclamar que elas poderiam ser proibidas.
O Comitê Judiciário da Câmara se reuniu em uma sessão de emergência durante o recesso de uma semana do feriado do Memorial Day, ao mesmo tempo em que funerais são realizados em Uvalde, no Texas, para 19 crianças e duas professoras que foram mortos a tiros por um homem de 18 anos com um fuzil semiautomático AR-15 semana passada. Houve outros tiroteios em massa na semana anterior e na quarta-feira nos EUA.
O parlamentar republicano Greg Steube, que participou da reunião do comitê virtualmente de sua casa na Flórida, contestou a legislação que proibiria várias pistolas. Ele ergueu quatro armas, uma por uma, diante do comitê.
“Aqui está uma arma que eu carrego todos os dias para me proteger, proteger minha família, minha esposa, minha casa”, disse o parlamentar, em seu segundo mandato.
O presidente do Comitê Judiciário, Jerrold Nadler, interrompeu: “Espero que isso não esteja carregado”.
Steube respondeu: “Estou na minha casa. Posso fazer o que quiser com minhas armas”.
Os democratas, que controlam a Câmara por uma margem pequena, pretendem colocar a “Lei de Proteção às nossas Crianças” em votação na Câmara na próxima semana, disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
O partido do presidente Joe Biden tem votos suficientes para passar a lei na Câmara, mas tem chances pequenas no Senado dividido em 50 a 50, no qual 60 votos são necessários para aprovar a maioria das legislações. Republicanos no Congresso são ferozes defensores dos direitos às armas.
(Reportagem de Richard Cowan, reportagem adicional de Kanishka Singh)