Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - O jornalista britânico Mazher Mahmood, que se fez passar por um xeique para fazer um trabalho sigiloso que desencadeou uma série de casos criminais de grande destaque, foi acusado nesta terça-feira de conspirar para atrapalhar o curso da Justiça.
Mahmood, conhecido por revelar indiscrições de políticos, estrelas da televisão e do cinema e até da realeza, foi suspenso do jornal The Sun, do conglomerado do magnata Rupert Murdoch, em julho do ano passado, após o julgamento de uma celebridade no qual era a testemunha principal.
O jornalista forneceu provas durante o julgamento de Tulisa Contostavlos, ex-jurada da versão britânica do programa de calouros "X Factor", por envolvimento com drogas. Ela negou ter fornecido drogas a Mahmood, que fingiu ser um produtor de cinema, e seu julgamento fracassou porque o juiz disse suspeitar que o repórter mentiu para o tribunal.
Nick Vamos, vice-chefe da Divisão de Crimes Especiais do Serviço da Promotoria da Coroa (CPS, na sigla em inglês), afirmou ser de interesse público acusar Mahmood e outro homem, Alan Smith.
"Esta decisão foi tomada depois de se ter alegado que o senhor Smith concordou com o senhor Mahmood em mudar o depoimento que deu à polícia em relação a um julgamento de julho de 2014 e que o senhor Mahmood enganou o tribunal", disse Vamos.
Mahmood, que irá comparecer à corte dos Magistrados de Westminster, em Londres, no dia 30 de outubro, negou a acusação.