Por Daniel Ramos
LA PAZ (Reuters) - O órgão eleitoral da Bolívia comunicou na quinta-feira que o ex-presidente Evo Morales está impedido de concorrer a uma vaga no Senado em uma votação de maio que repetirá uma eleição anulada do ano passado, que desencadeou uma crise política e levou à renúncia do líder de esquerda.
Salvador Romero, chefe do tribunal eleitoral, disse aos repórteres que Morales não cumpriu as exigência para ser candidato a senador do partido Movimento Ao Socialismo (MAS), que atualmente lidera as pesquisas.
Morales renunciou em novembro depois que a contestada eleição de 20 de outubro provocou protestos generalizados, fazendo com que aliados e as forças de segurança retirassem seu apoio ao líder de longa data, que comandou o país durante quase 14 anos.
O ex-presidente, hoje exilado na Argentina, está orquestrando a campanha eleitoral de seu partido antes da votação de 3 de maio. Luis Arce, seu ex-ministro da Fazenda, encabeça a chapa.
A sigla de Morales enfrenta uma oposição fragmentada, que inclui a presidente interina Jeanine Añez, que tomou posse em meio ao vácuo político que se seguiu à sua renúncia no ano passado.
Romero disse que o impedimento da candidatura de Morales se deve ao fato de ele não ter residência permanente na Bolívia, acrescentando que não é possível apelar da decisão.
Morales respondeu no Twitter, dizendo que cumpriu os requerimentos necessários para disputar uma posição no Senado e que o bloqueio de sua candidatura visa enfraquecer o MAS.
"A decisão do Supremo Tribunal Eleitoral é um golpe na democracia", escreveu.
(Por Danny Ramos)