Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Rio de Janeiro vai receber até os Jogos Olímpicos de 2016 ao menos 45 eventos-teste que irão reunir mais de 8 mil atletas, segundo o diretor executivo de esportes do Comitê Rio 2016, Agberto Guimarães.
O eventos-teste para a Olimpíada poderão ser realizados a partir do ano que vem mesmo em instalações incompletas.
"Existe essa possibilidade e isso não é uma prerrogativa só nossa. Pode haver uma obra de entorno, por exemplo, sem estar totalmente terminada e ainda assim conseguirmos testá-la. Não preciso testar rúgbi com 20 mil lugares, mas posso fazer com 5 mil", afirmou Guimarães a jornalistas nesta segunda-feira.
A ideia dos eventos-teste é revelar e dimensionar, antecipadamente, capacidade de público, serviços, voluntários que estarão envolvidos no evento. "Se chegar lá na data e não for aquilo que dimensionamos antes, vocês poderão nos cobrar", disse o diretor executivo.
Segundo ele, nenhum comitê organizador fez até hoje testes com todas as instalações prontas e para todas as modalidades. "Nunca ninguém fez isso porque não há gente e nem recursos para tal. Seria fazer duas Olimpíadas em uma", declarou.
Os eventos-teste começam no ano que vem e vão até maio de 2016. A Olimpíada será aberta em agosto no estádio do Maracanã.
Alguns desses eventos servirão de teste tanto para os Jogos Olímpicos quanto os Paralímpicos, como nos casos de vela, canoagem de velocidade, triatlo e tiro com arco, todos marcados para o segundo semestre de 2015.
Guimarães afirmou que testes de certas modalidades servem para o evento como um todo e não especificamente para uma única modalidade.
O diretor executivo do comitê prometeu divulgar a partir de setembro deste ano, após uma apresentação formal ao Comitê Olímpico Internacional, o calendário completo de eventos-teste dos Jogos de 2016 e qual a infraestrutura projetada para cada uma dessa provas de preparação.
"Estamos fechando isso e poderei dizer quanto tempo vai durar o evento-teste, quantas provas serão realizadas, a capacidade do estádio, se vamos cobrar ingresso ou não", disse ele. "Os eventos-teste a gente planejou de forma que se possa pegar um esporte e extrapolar para o outro. A parte operacional é um exemplo disso."
Antes da Copa do Mundo deste ano, a organização do Brasil para o evento foi muito criticada pela Fifa pela demora na conclusão de obras das 12 arenas das cidades-sede, o que acabou comprometendo a realização dos testes nos estádios de futebol. Nos primeiros jogos da Copa, houve problemas em serviços e transportes.
BAÍA DE GUANABARA
O diretor do comitê garantiu, apesar das reclamações e críticas de alguns atletas, que as provas de vela serão realizadas na baía de Guanabara e que não há um plano B para as competições.
No último fim de semana, houve um evento-teste de vela no local e alguns atletas reclamaram do lixo concentrado na água.
As promessas feitas para a despoluição da baía de Guanabara ainda na candidatura não serão plenamente cumpridas e medidas paliativas estão sendo adotadas para evitar o comprometimento das raias. Uma delas é o uso de ecobarreiras e ecobarcos que removem lixo e resíduos acumulados nas raias para evitar que prejudiquem a disputa das provas de vela olímpica.
"Quem define os locais de competição é o comitê, COI e a Federação Internacional. Nosso plano é fazer na marina; segundo plano é fazer na marina e o terceiro é fazer na marina", disse ele.
"Sabemos dos problemas lá, os três níveis de governo estão nos ajudando a contornar os problemas de água e lixo na região... não há risco para a saúde dos atletas", completou Guimarães.