Por Andrea Shalal
BERLIM (Reuters) - A nova secretária-geral do partido conservador alemão União Democrata-Cristã (CDU), Annegret Kramp-Karrenbauer, repreendeu nesta segunda-feira o futuro ministro de Saúde do país, Jens Spahn, após reações negativas na mídia a comentários que ele fez sobre pobreza.
Aborto e pobreza são os mais recentes tópicos polêmicos a surgirem no novo governo alemão, horas antes dos conservadores da chanceler Angela Merkel e o partido de centro-esquerda Social-Democrata assinarem seu acordo de coalizão nesta segunda-feira.
O governo, uma nova versão da "grande coalizão" que tem governado o país desde 2013, assume o poder na quarta-feira, quase seis meses após a eleição.
Spahn, membro do partido de Merkel, disse ao jornal Berliner Morgenpost que aqueles que recebem auxílio desemprego, sob reformas financeiras conhecidas como Hartz IV, não são pobres porque suas necessidades básicas são atendidas.
A secretária-geral do CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, disse que Spahn estava correto em dizer que o sistema social alemão é revisado regularmente para garantir que necessidades básicas sejam atendidas, mas disse ser imprudente políticos com rendas superiores dizerem a beneficiários de assistências sociais como eles devem se sentir.
Spahn e Kramp-Karrenbauer são ambos vistos como possíveis sucessores de Merkel. Spahn tende mais para a ala de direita do CDU, enquanto Kramp-Karrenbauer está mais ao centro.
Kramp-Karrenbauer disse à emissora ZDF que o governo irá se concentrar em reduzir o desemprego crônico para evitar que pessoas precisem da assistência Hartz IV.
"Eu sempre alerto que... pessoas como ele e como eu que ganham bem, não devem tentar explicar como pessoas que recebem o Hartz IV devem se sentir", disse.
(Reportagem adicional de Joseph Nasr)