Por Amy Sawitta Lefevre
BANGCOC (Reuters) - Centenas de pessoas estão desaparecidas, e há o temor de que muitas tenham morrido, desde que a represa de uma hidrelétrica em construção no Laos se rompeu, causando enchentes repentinas que varreram casas, noticiou a mídia estatal nesta terça-feira.
Autoridades enviaram barcos para ajudar a retirar as pessoas do distrito de San Sai, na província de Attapeu, onde a hidrelétrica de Xepian-Xe Nam Noy está localizada, uma vez que as águas estão se elevando desde o rompimento da represa, relatou a rede ABC Laos.
A empresa que está construindo a represa disse que chuvas fortes e enchentes provocaram o rompimento e que está cooperando com o governo do Laos para ajudar a resgatar os moradores de vilarejos nas vizinhanças da represa.
"Estamos montando uma equipe de emergência e planejando para ajudar a evacuar e resgatar os moradores de vilarejos próximos da represa", disse um porta-voz da SK Engineering & Construction à Reuters por telefone.
A represa se rompeu às 20h locais de segunda-feira, liberando 5 milhões de metros cúbicos de água. Várias centenas de pessoas estão desaparecidas e casas foram devastadas, disse a agência de notícias Lao, acrescentando que várias pessoas morreram.
Um vídeo publicado pela ABC Laos em sua página de Facebook (NASDAQ:FB) mostrou moradores de vilarejos parando na margem de um rio para ver a água correndo em alta velocidade.
O comunista Laos, um dos países mais pobres e fechados da Ásia, almeja se tornar a "bateria da Ásia" vendendo energia a seus vizinhos por meio de uma série de hidrelétricas.
Há anos grupos ambientalistas vêm alertando para as ambições das hidrelétricas do Laos, inclusive por temerem o impacto das represas no Rio Mekong, em sua flora e fauna e nas comunidades rurais e economias locais que dependem dele.
A represa rompida deveria iniciar suas operações comerciais em 2019 e exportar 90 por cento de sua energia para a Tailândia por meio de um Acordo de Compra de Energia entre a Empresa de Energia Xe-Pian-Xe Namnoy (PNPC) e a Autoridade Geradora de Energia da Tailândia (Egat).
Os 10 por cento restantes seriam vendidos para a rede elétrica local graças a um acordo entre a PNPC e a Electricité du Laos.
A PNPC foi criada em 2012 por SK Engineering & Construction (SK E&C), Korea Western Power (Kowepo), Ratchaburi Electricity Generating Holding, a maior geradora de energia privada da Tailândia, e a Lao Holding State Enterprise (LHSE).