Por Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Uma russa de 29 anos que morava em Washington foi presa e acusada de conspiração para agir como uma agente do governo russo enquanto desenvolvia laços com cidadãos norte-americanos e se infiltrava em grupos políticos, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta segunda-feira.
Maria Butina, que estudou na Universidade Americana em Washington e é uma fundadora da organização russa pró-direitos de armas Right to Bear Arms, é acusada de trabalhar sob direção de uma autoridade de alto escalão que trabalhava para o Banco Central russo e que foi recentemente sancionada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos EUA, informou o Departamento de Justiça em comunicado.
Os registros do tribunal não nomeavam a autoridade.
No entanto, ela é vista em diversas fotografias em sua página no Facebook com Alexander Torshin, vice-chefe do Banco Central russo. Uma pessoa familiar à questão confirmou à Reuters que ela trabalhava para ele.
Torshin foi alvo de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA em abril.
Butina foi presa no domingo e a Justiça determinou que ela permaneça detida ao menos até a realização de uma audiência, marcada para quarta-feira, segundo o comunicado.
A queixa foi tornada pública no mesmo dia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma cúpula em Helsinque, na qual Trump se recusou a culpar o líder russo por interferência na eleição presidencial norte-americana de 2016.
Antes da cúpula, Trump também usou o Twitter para criticar a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre se a campanha de Trump conspirou com a Rússia, chamando a investigação de “caça às bruxas manipulada”.
A investigação sobre os esforços de Butina para influenciar políticos norte-americanos foi supervisionada pela Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça, e não pelo escritório de Mueller.
De acordo com a queixa, ela trabalhou com dois cidadãos norte-americanos não nomeados e com a autoridade russa para tentar influenciar políticos norte-americanos e se infiltrar em uma organização pró-direitos de armas.
A queixa não nomeia o grupo; no entanto, fotografias em sua página no Facebook mostram que ela participou de eventos patrocinados pela Associação Nacional do Rifle (NRA).
Um porta-voz da NRA não pôde ser imediatamente contatado para comentários.