HAIA (Reuters) - A Rússia negou nesta quinta-feira acusações ucranianas de que teria apoiado separatistas pró-russos no leste da Ucrânia em 2014 e que estaria discriminando tártaros e ucranianos na Crimeia, acusando Kiev de “mentiras descaradas” no principal tribunal da ONU.
A Ucrânia havia pedido que o Tribunal Internacional de Justiça (ICJ, na sigla em inglês), sediado em Haia, ordenasse a Rússia a interromper supostas discriminações contra o grupo étnico tártaro na Crimeia, península ucraniana ocupada pela Rússia desde 2014.
“A Ucrânia está constantemente recorrendo a mentiras descaradas e acusações falsas contra a Federação Russa”, disse o embaixador russo na Holanda, Alexander Shulgin, no segundo dia de audiências no Tribunal Internacional.
No mesmo caso, Kiev também acusa Moscou de violar um tratado anti-terrorismo da ONU ao equipar e financiar forças pró-russos, incluindo milícias que teriam derrubado o voo MH17 da Malaysian Airlines, matando todos os 298 passageiros e tripulantes em 2014.
No último novembro, um tribunal holandês condenou dois russos e um separatista ucraniano à revelia e os sentenciou à prisão perpétua. Concluiu que a Rússia tinha “controle geral” sobre as forças separatistas.
A Rússia rejeitou o que chamou de decisão “escandalosa” do tribunal holandês. Nesta quinta-feira, o vice-embaixador da Rússia na ONU, Gennady Kuzmin, disse ao Tribunal que o julgamento holandês foi enviesado contra forças separatistas na região de Donetsk.
(Reportagem de Stephanie van den Berg)