WASHINGTON (Reuters) - A Rússia provavelmente planeja mobilizar dezenas de milhares de soldados para o leste da Ucrânia ao mudar seu foco para o sul e leste do país, disse Jake Sullivan, assessor de segurança nacional do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta segunda-feira.
“Neste momento, acreditamos que a Rússia está revisando seus objetivos de guerra” para se concentrar no “leste e partes do sul da Ucrânia, em vez de atingir a maior parte do território”, disse Sullivan a repórteres na Casa Branca.
O objetivo provavelmente é "cercar e sobrecarregar" as forças ucranianas na região, declarou. “A Rússia poderia então usar qualquer sucesso tático que alcançasse para propagar uma narrativa de progresso e mascarar… o fracasso militar anterior.”
A invasão do presidente russo, Vladimir Putin, que começou em 24 de fevereiro, é a mais sangrenta na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A Rússia chama isso de "operação militar especial" destinada a proteger civis.
Sullivan disse que o governo Biden anunciará uma nova assistência militar para a Ucrânia nos próximos dias. Segundo ele, novas sanções contra a energia russa estão em discussão nas negociações com aliados europeus.
Sullivan afirmou que a próxima fase pode ser prolongada com tropas russas sendo mais numerosas que as da Ucrânia. Moscou provavelmente buscaria controlar uma faixa muito mais ampla do leste da Ucrânia do que os separatistas controlavam antes da invasão, disse ele.
No sul, a Rússia provavelmente tentará manter a cidade de Kherson para controlar o fluxo de água para a Crimeia, que anexou em 2014. De acordo com o assessor norte-americano, o Kremlin deve lançar mais ataques aéreos e com mísseis em todo o país.
(Reportagem de Nandita Bose e Alexandra Alper)