Por Andrew Osborn e Tom Balmforth
MOSCOU (Reuters) - A Rússia condenou nesta segunda-feira uma provocação carregada de obscenidades feita contra o presidente Vladimir Putin num canal de TV da Géorgia, classificando-a como uma provocação vergonhosa e inaceitável feitas por forças políticas radicais com intenção de prejudicar as relações entre os dois países.
O canal de televisão Rustavi 2 transmitiu no domingo um programa no qual o apresentador, Giorgi Gabunia, falando em russo, usou de linguagem ofensiva para insultar pessoalmente Putin e seus pais já falecidos.
Gabunia também chamou Putin de "invasor" e disse que ele e seus "escravos" deveriam sair da Geórgia, uma referência à presença de tropas russas em duas regiões separatistas da Geórgia que são apoiadas por Moscou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o episódio não é digno do povo da Geórgia e mostrou que as autoridades na ex-república soviética não têm disposição para suprimir forças políticas extremistas.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia disse que o incidente era "um claro exemplo de até onde o sentimento raivoso anti-Rússia pode levar" .
"Vemos isso como ainda mais uma provocação aberta de forças radicais georgianas para tentar prejudicar as relações entre Rússia e Geórgia", disse em nota.
As ofensas de Gabunia também foram criticadas em seu país. O primeiro-ministro da Geórgia, Mamuka Bakhtadze, classificou o episódio como uma grave ameaça de segurança e seu ministério de Relações Exteriores afirmou que o objetivo do ataque era desestabilizar a situação.
O pequeno país no sul do Cáucaso, aliado dos Estados Unidos, lutou e perdeu em uma curta guerra contra a Rússia em 2008.
Os dois países não têm relações diplomáticas desde então, e a Rússia reconheceu a independência de duas regiões da Geórgia, a Ossétia do Sul e a Abkhazia, nas quais há tropas russas.