Por Andrew Osborn
(Reuters) - Promotores russos disseram nesta quinta-feira que enviaram o caso do repórter norte-americano Evan Gershkovich, que está detido, ao tribunal depois de concluir que ele estava coletando informações para a Agência Central de Inteligência dos EUA sobre uma fábrica de tanques russa.
Gershkovich, de 32 anos, foi preso em 29 de março de 2023, na cidade de Yekaterinburg, nos Urais, sob acusação de espionagem com pena de até 20 anos de prisão, depois que a FSB, principal agência sucessora da KGB, disse que o havia pego "em flagrante" tentando obter segredos militares.
Ele nega qualquer irregularidade e seu empregador, o Wall Street Journal, disse em um comunicado na quinta-feira após a última ação russa que ele estava enfrentando "uma acusação falsa e sem fundamento" com base no que chamou de "mentiras calculadas e transparentes". O presidente norte-americano, Joe Biden, classificou sua detenção de "totalmente ilegal".
O Journal se manifestou depois que o escritório da procuradoria da Rússia disse em um comunicado que havia aprovado indiciamento criminal de Gershkovich e que seu caso seria ouvido por um tribunal em Yekaterinburg.
Não foi informado quando o caso seria ouvido ou se o julgamento seria fechado ao público, como é comum em tais casos.
"A investigação estabeleceu e confirmou com provas documentais que Gershkovich, um jornalista americano do The Wall Street Journal, sob as instruções da CIA, coletou informações secretas na região de Sverdlovsk em março de 2023 sobre as atividades da fábrica de defesa NPK Uralvagonzavod JSC em produção e reparo de equipamentos militares", informou a nota dos promotores.
"Gershkovich realizou as ações ilegais usando métodos conspiratórios meticulosos", acrescentou.
Os promotores não divulgaram nenhuma prova documental para embasar a acusação.
(Por Reportagem da Reuters)